Professor José Roberto Vieira Lima, Belo Horizonte-MG, colunista do Jornal Hoje em Dia, Palestrante, Escritor, Advogado, Pós Graduado em Direito Público, Mestre em Direito pela UNICEM da Argentina, Mestre Jurídico e Políticas de Segurança Pública, Mestre em Direito Penal e Processo Penal, Professor das Faculdades Promove, Fundador da Delegacia da Mulher em Belo Horizonte, Delegado Federal Aposentado, autor do Livro Como Passei em 16 Concursos Públicos que está na 5ª edição, venda nos seguintes locais:
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Cotas e a lição de zumbi
Hoje, 20 de novembro, comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A data é uma justa homenagem a Zumbi, descendente de guerreiros angolanos. Trazido a força para o Brasil, foi criado por um religioso e, aos 12 anos de idade, já dominava o português e o latim. Ainda jovem, assumiu a liderança da resistência anti-escravagista no Quilombo dos Palmares.
E eis que muitos leitores e alunos me pedem para eu me posicionar sobre as chamadas “cotas raciais” em concursos. Eu sempre resisti em fazê-lo, considerando os aspectos ideológicos que cercam o tema.
Devemos primeiramente admitir que nós – todos nós – pertencemos a uma etnia. Portanto, somos suspeitos para tratar do assunto.
Feita essa ressalva, ninguém há de negar a injustiça histórica a que negros e índios foram submetidos. Por outro lado, queixam-se os caucasianos que não escravizaram ninguém, e que não podem pagar uma conta de seus antepassados.
Bem, conhecer e entender a história nos ajuda a evitar novas injustiças. Mas foquemos o assunto no presente. Alguém de sã consciência poderia dizer que não há preconceito racial no nosso país? Claro que há.
O que me preocupa é o simplismo de quem pretende reduzir o tema ao preconceito racial, como se não houvesse outros preconceitos. Ora, leitores e leitores de todas as etnias, credos, idades, condição física ou social, são muitos os preconceitos no Brasil.
O sistema de cotas, que pode atenuar muitas injustiças, não deve se limitar à questão racial. E a grande lição neste sentido vem exatamente do grande líder Zumbi dos Palmares. Afinal, qual era a etnia dos mais de 20.00 habitantes daquela nação quilombola? Engana-se quem pensa que eram apenas afrodescendentes escravizados. Ali eram abrigados os oprimidos em geral, inclusive brancos e mestiços.










